quinta-feira, 14 de junho de 2012

Vacinação contra a Polio começa sábado 16/06



Serão disponibilizados 80 postos para o “Dia D” da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (Paralisia Infantil).



A data será sábado, 16 de junho. A meta da Secretaria de Saúde é vacinar 18 mil crianças menores de cinco anos de idade até o final da campanha, que vai até 06 de julho.

Segundo a Secretaria, os 80 postos volantes e fixos (postos de saúde e escolas) funcionarão entre 8h e 17h.

A partir de segunda-feira (18), as vacinas serão disponibilizadas somente nos postos de saúde (UBS, PSFs e Centro de Saúde). A meta estipulada pelo Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das crianças menores de 5 anos do município.

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Seja você também um doador de sangue!

Em Petrópolis, o banco de sangue do Hospital Santa Teresa necessita de doação de qualquer tipo sanguíneo. Para manter o banco abastecido, é necessário que 40 pessoas doem por dia.

Veja abaixo se você pode doar sangue:

Homem ou mulher que apresentem as seguintes condições:

- Estar bem de saúde;

- Estar alimentado;


- Peso igual ou superior a 50 kg;


- Idade entre 18 e 67 anos (menores de 18 anos necessitam de autorização dos pais ou responsáveis);


- Intervalo entre as doações de 60 dias para homens e 90 para mulheres;


- Mulheres fora do período gestacional, 3 meses após o parto ou fora do período de amamentação;


- Não ter tido hepatite após 10 anos de idade;


- Não ter doença de Chagas ou contato com o inseto “barbeiro”


- Não ser portador de epilepsia;


- Não ter feito tratamento dentário nas últimas 72 horas;


- Não ter diabetes;

Outras condições podem impedir a doação e deverão ser analisadas individualmente por ocasião da entrevista de triagem.

Atenção:

Não esqueça o documento de identidade original. Só será aceita cópia autenticada em cartório. É aceita Carteira de Identidade (RG), Carteira Profissional, Certificado de Reservista, Carteira de Motorista ou Carteiras de Conselhos de Classe.

O banco de sangue do Hospital Santa Teresa fica na Rua Paulino Afonso, 477 no Bingen. Mais informações pelo telefone: (24) 2245-2324.

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domingo, 3 de junho de 2012


De gravata ou revólver na mão


Ao contrário do que imaginam os fumantes, cigarros de baixos teores são mais nocivos à saúde.
Na primeira metade do século 20, a indústria do fumo fez o possível e o inimaginável para impedir que a sociedade fosse informada dos malefícios do cigarro. Nos anos 60, depois da publicação da monografia “Fumo e Saúde”, na Inglaterra, e do relatório “Luther Thierry, General Surgeon“, nos Estados Unidos, nos quais foram reunidos mais de 30 mil estudos que demonstravam ser o tabagismo a principal causa isolada de mortes e doenças crônicas, a indústria houve por bem lançar o chamado cigarro de baixos teores, também batizado de “light“, “ultralight” ou “low tar“.
O bombardeio publicitário pela TV e demais meios de comunicação sugeria aos incautos que as marcas “light” representariam uma forma segura de fumar: fumos com teores reduzidos de alcatrão e nicotina deveriam fazer menos mal do que aqueles com concentrações mais altas dessas substâncias. Como conseqüência, seu consumo virou moda; especialmente entre as mulheres, o alvo principal das campanhas para expandir o mercado de dependentes.
Na verdade, tratava-se de uma manobra criminosa: comparado com os fumos mais fortes, o cigarro de baixos teores é um agravo muito mais sério à saúde.
Para conquistar usuários do sexo feminino e facilitar para as crianças a aceitação do sabor aversivo da fumaça, a indústria adiciona aos cigarros de baixos teores compostos naturais e sintéticos com odores e gostos agradáveis, como o etilvalerato (maçã), álcool fenílico (rosas), anetol (aniz) e muitos outros. Muitos, mesmo: são mais de 600 – segundo o Food and Drug Administration, dos Estados Unidos -, que vêm somar-se aos 5.000 ou 6.000 normalmente presentes no cigarro. A combustão de vários desses aditivos dá origem a subprodutos hepatotóxicos ou cancerígenos.
A nicotina é uma droga que exerce ação psicoativa ao ligar-se a receptores existentes nos neurônios de diversas áreas cerebrais. Quando esses receptores ficam vazios o fumante entra em crise de abstinência e acende o próximo cigarro. Ao dar a primeira a tragada, a ansiedade desaparece de imediato porque a droga vai dos pulmões ao cérebro em apenas seis a dez segundos. Esse mecanismo é tão poderoso que o cérebro não deixa a critério do fumante a inalação da quantidade de nicotina exigida pelos neurônios dependentes: são eles que controlam a duração e a profundidade da tragada. Se a concentração da droga na fumaça é mais baixa o cérebro ordena uma tragada mais profunda e duradoura.
Ao aspirar com mais força, o ar entra com maior velocidade e queima proporcionalmente mais tabaco do que o papel das laterais, aumentando o conteúdo de nicotina na fumaça e provocando alterações químicas que a tornam mais facilmente absorvida nos alvéolos pulmonares.
Por essas razões, até hoje nenhum estudo demonstrou que fumantes de cigarros “light” apresentem menos doenças cardiovasculares, respiratórias ou câncer. Pelo contrário, alguns trabalhos mostram incidência mais alta de ataques cardíacos e de doenças respiratórias.
Faço essas observações, leitor, para comentar um trabalho publicado na revista médica “The Lancet” por três autores canadenses que tiveram acesso aos documentos dos estudos sobre os efeitos do cigarro, conduzidos secretamente pela multinacional British American Tobacco (controladora da Souza Cruz, no Brasil) no período de 1972 a 1994, agora tornados públicos depois de longa batalha judicial vencida pelas autoridades norte-americanas.
Os exames para analisar cigarros são regulamentados por uma organização internacional (ISO). O teste padrão é feito por meio de uma máquina de fumar que uma vez por minuto, dá uma tragada de dois segundos de duração, na qual são inalados 35 mililitros de fumaça para análise. Ocorre que os pesquisadores da companhia descobriram que o fumante médio é mais ávido: dá duas tragadas por minuto, nas quais inala 50 a 70 mililitros de cada vez.
Na documentação, os autores canadenses verificaram que a multinacional não estava simplesmente interessada nos hábitos dos fumantes, procurava usar esse conhecimento para desenvolver um cigarro que obedecesse às normas legais de acordo com as análises efetuadas pelas máquinas de fumar, enquanto aumentava o conteúdo de nicotina a ser absorvido pelos pulmões fumantes, como evidencia um documento interno datado de 1983: “O desafio é reduzir o conteúdo de nicotina determinado pelas medidas das máquinas e, ao mesmo tempo, aumentar a quantidade realmente absorvida pelo fumante”.
Outra diretriz interna propunha: “O ideal é que os cigarros de baixos teores não pareçam diferentes dos normais … Eles devem ser capazes de liberar 100% mais de nicotina do que o fazem nas máquinas de fumar”. Em 1978, enquanto a publicidade milionária exaltava as virtudes das marcas “light“, um dos médicos contratados pela empresa advertia, em sigilo: “Talvez a variável mais importante para caracterizar o risco à saúde seja a duração do contato com a fumaça inalada. Se assim for, a fumaça inalada profundamente através dos cigarros de baixos teores deve ser mais prejudicial”.
Moral da história: de terno e gravata ou revólver na mão, vendedores de drogas são indivíduos dispostos a cometer qualquer crime para ganhar dinheiro.

http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/tabagismo/de-gravata-ou-revolver-na-mao/

médicos e dentistas mais próximos


Medicina bucal

César Augusto Migliorati é odontologista e trabalha no Serviço de Medicina Bucal do Hospital Sírio-Libanês
Tradicionalmente, os dentistas cuidavam dos dentes e da boca e os médicos, da saúde do resto do corpo. Neste momento, porém, o trabalho desses dois profissionais está passando por um processo de maior integração, visto que um número considerável de doenças e tratamentos acaba apresentando complicações na boca e os dentistas podem estar mais preparados para resolvê-los do que os médicos.
Atualmente, a oncologia é a área que mais necessita da colaboração dos especialistas em medicina bucal. E não é só para atender os pacientes que apresentam tumores na boca ou que, expostos à radioterapia  e à quimioterapia, possam manifestar alterações bucais importantes, mas os doentes com câncer em outras regiões do corpo e submetidos a tratamentos mais agressivos também necessitam dos cuidados desses especialistas para prevenir futuras complicações bucais que vão comprometer a evolução do tratamento do câncer e a qualidade de vida.
Dessa forma, o tratamento odontológico do paciente portador de câncer deve ser feito antes do início do tratamento oncológico. O ideal é que o dentista faça parte da equipe médica que vai cuidar do doente, o que facilitará, sem dúvida, a comunicação entre os profissionais e o trabalho terapêutico.
CONCEITO DE MEDICINA BUCAL
Drauzio – Qual o conceito básico da medicina bucal?
César Augusto Migliorati - O conceito básico da medicina bucal é tornar o cirurgião-dentista um profissional que trabalha integrado não só com os médicos, mas com todos os outros profissionais da área de saúde. O especialista em boca primeiro deve olhar o paciente como um todo. Depois de saber quem ele é e de levantar sua história,  concentra-se no exame da boca e procura tratar dos problemas nela existentes, já que a pessoa com câncer pode apresentar muitas complicações bucais durante o tratamento.
SERVIÇOS EM FUNCIONAMENTO
Drauzio – Já existem alguns serviços desses funcionando em nosso país?
César Augusto Migliorati – Nós criamos um serviço desses no Hospital Sírio-Libanês com o objetivo inicial de trabalhar dentro do centro de oncologia. Existem serviços nessa área em outros hospitais, mas com características um pouco diferentes.
O serviço montado no Sírio-Libanês procurou mudar a concepção de que o dentista, dentro de um hospital, deveria atuar como cirurgião bucomaxilofacial. Não somos cirurgiões bucomaxilofaciais. Dedicamo-nos ao tratamento de doenças e lesões da boca. O objetivo é cuidar da saúde bucal para prevenir problemas que possam ocorrer durante o tratamento oncológico, por exemplo, durante o tratamento imunossupressor.
Drauzio – Existem serviços de medicina bucal em hospitais públicos?
César Augusto Migliorati – Existe um serviço chamado de estomatologia a que a população tem acesso no Hospital do Câncer, o AC Camargo. No Hospital das Clínicas, há uma área que presta atendimento odontológico a pacientes que estejam internados e manifestem algum tipo de problema de saúde.
MEDICINA BUCAL E RADIOTERAPIA
Drauzio – No caso do câncer, há uma infinidade de patologias da boca provocadas por agentes oportunistas, germes que infectam pessoas já debilitadas, mas muitas das complicações decorrem de tratamentos clássicos como a radioterapia e a quimioterapia. Vamos nos deter nos doentes que recebem radiação na área da boca. Quais os cuidados gerais a serem tomados e quais as complicações que esses doentes costumam apresentar?
César Augusto Migliorati – A primeira coisa a destacar é que fazemos parte de uma equipe e trabalhamos ativamente ao lado do radioterapeuta. Procuramos discutir com ele quais áreas serão irradiadas e que tipo de providências devem ser tomadas para prevenir complicações. Uma das mais severas que podem ocorrer é a xerostomia, ou boca seca. Como a radioterapia altera a função das glândulas salivares, o paciente fica com a boca muito seca o que prejudica sua qualidade de vida como um todo na medida que dificulta a fala, a mastigação, a deglutição e a formação do bolo alimentar.
Drauzio – Como vocês tratam disso?
César Augusto Migliorati – Na realidade, quem trata melhor dessa parte é o radioterapeuta, evitando irradiar áreas nobres como as glândulas salivares. No Hospital Sírio-Libanês, aplica-se uma técnica de radioterapia, a IMRT, que permite irradiar o tumor com dose total de raios e as áreas nobres com dose bem menor. Desse modo, diminuiu a incidência de boca seca nos pacientes. Não é que se consiga evitar totalmente esse sintoma, mas consegue-se abrandar a gravidade do problema. Existem algumas medidas terapêuticas que ajudam bastante. Pode-se indicar, por exemplo, produtos substitutos da saliva.
Além disso, é muito importante recomendar a manutenção cuidadosa da higiene bucal, a escovação, o uso de bochechos com antisséticos e de flúor, porque a perda da saliva aumenta o risco de cáries e de doenças gengivais. O trabalho do especialista em medicina bucal possibilita atuar antes que esses problemas se instalem.
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO ODONTOLÓGICO E RADIOTERÁPICO
Drauzio – O doente que vai receber radioterapia na região da cabeça e do pescoço, antes de começar o tratamento, passa por uma avaliação com os especialistas em medicina bucal?
César Augusto Migliorati – Passa. Por exemplo, num paciente em que o campo da radioterapia vai envolver os dentes e os ossos em que eles se fixam, programa-se uma extração preventiva: extraem-se os dois terceiros molares que não são úteis para a mastigação e, se retiverem alimentos, podem causar algum tipo de infecção. A conduta a ser seguida é planejada com o radioterapeuta durante a simulação do tratamento. (figura 01)
Drauzio – Nesse momento define-se que dentes vão receber carga maior de radiação e a estratégia do tratamento odontológico?
César Augusto Migliatori – Exatamente. Se existe um dente que apresente qualquer tipo de complicação ou um prognóstico de difícil tratamento, tomamos medidas preventivas antes da radioterapia. Como se pode ver nas figuras 02 e 03, uma placa de chumbo é usada para proteger as áreas não atingidas pela doença.
  
A parte escura mostra onde a radiação se faz necessária. Como os raios não atravessam o chumbo, os dentes que ele recobre ficam protegidos.
Aplicando técnicas sofisticadas de três dimensões, na figura 04 pode-se verificar que do lado esquerdo, na área verde, o paciente está recebendo radiação mais intensa e, na área azul, uma dose menor. Do lado direito, praticamente, não recebe radiação nenhuma. Desse modo, conseguimos preservar todas as estruturas desse lado, inclusive as glândulas salivares.
Existem, ainda, outras situações que demandam tratamento odontológico preventivo. Se o paciente que vai fazer quimioterapia apresentar uma raiz residual (indicada pela seta na figura 05), uma área infectada, portanto, quando estiver imunodeprimido, isto é, quando perder as defesas em consequência da quimioterapia, poderá desenvolver uma infecção na boca com a probabilidade de ela se espalhar pelo corpo, provocando um problema sério de saúde.
Na figura 06, a cárie indicada pela seta azul destruiu toda a raiz do dente e deve ser tratada antes de o paciente ser submetido à radioterapia. Isso é importante porque a área que vai receber os raios irá perder a capacidade de regeneração. Os vasos sanguíneos desaparecerão e o tecido ósseo não encontrará mais condições para regenerar-se. Uma infecção nessa área pode provocar um problema sério, que chamamos de osteorradionecrose, complicação talvez a mais grave da radioterapia que, às vezes, leva à remoção de parte da mandíbula ou da maxila.
  
Drauzio – Houve um tempo na oncologia em que era rotina extrair todos os dentes e colocar uma prótese  antes de começar o tratamento radioterápico. Esse é um procedimento inaceitável nos dias de hoje?
César Augusto Migliorati – Hoje temos recursos para evitar uma conduta tão radical quanto a extração total preventiva. Todavia, existem casos em que ela se torna necessária. Se o paciente mora numa região distante ou não tem condições de ser acompanhado quando termina o tratamento, é aconselhável que se submeta a esse tipo de intervenção. Normalmente, porém, se atendido pelo programa existente nos hospitais Sírio-Libanês e AC Camargo, isso não mais ocorre.
A figura 07 refere-se a um paciente que nunca recebeu cuidados odontológicos regulares. Na verdade, ele apenas extraiu os dentes quando algum problema apareceu e não se pode correr o risco de infecção, ao ser submetido a um tratamento agressivo de radioterapia ou quimioterapia. Nesse caso, é indicada a remoção de todos os dentes que ele ainda possua. Nessa radiografia, fica evidente que, na parte superior, os dentes da maxila não têm mais coroa. Estão cariados totalmente. O mesmo acontece com a maioria dos dentes da mandíbula, onde só resta um pedaço de dente em forma de meia lua indicado pela seta escura.  Como se trata de um paciente com 65 anos que nunca se submeteu a tratamento odontológico, a extração total é a conduta recomendada.
Drauzio – Vocês não se preocupam apenas com os dentes, não é mesmo?
César Augusto Migliorati – Exatamente. Nós nos preocupamos com a saúde do paciente como um todo. Até agora nos detivemos nas medidas adotadas antes de o paciente iniciar o tratamento oncológico. Uma vez que a boca esteja em ordem, ele recebe instruções sobre higiene bucal. Ensinamos-lhes  como  escovar os dentes usando produtos não agressivos e passamos a acompanhá-lo durante o tratamento.
A figura 8 mostra o caso específico de um paciente com linfoma (câncer dos linfonodos) que, durante o tratamento, desenvolveu dor intensa e sangramento na gengiva. O oncologista, ao examiná-lo, verificou uma mancha branca na gengiva típica de um quadro de necrose, isto é, de morte do tecido, o que clinicamente sugere um processo infeccioso. Fizemos, então, uma coleta de material. O exame de laboratório revelou a presença da bactéria Pseudomona aeroginosa, que provoca uma infecção grave e pode disseminar-se da boca para o resto do corpo num paciente sem defesas. Com tratamento à base de antibióticos, de bochechos e outras substâncias específicas, foi possível controlar o processo infeccioso.
Na figura 9, tirada três semanas depois do diagnóstico, a meia lua corresponde à parte da gengiva que foi perdida e pode-se ver um pedaço da raiz do dente. No entanto, a pessoa não precisou interromper o tratamento quimioterápico. Por isso, é importante o dentista participar ativamente do tratamento, porque o médico, muitas vezes, não está acostumado a ver essas manifestações patológicas e as diagnostica como candidíase ou sapinho, tipos mais frequentes de afecção bucal..
Drauzio – O problema dessas infecções de boca em doentes imunodeprimidos é que as bactérias caem na circulação e se espalham pelo corpo todo.
César Augusto Migliorati – O problema é que, de um momento para o outro, enquanto faz quimioterapia, o paciente para de comer, de beber água, não consegue mais falar e reclama de dor intensa na boca. (figura 10) Quando o examinamos, notamos círculos esbranquiçados com o centro avermelhado na língua, nas bochechas, nos lábios. Trata-se da manifestação típica de uma infecção viral cujo agente causador é o herpes e que difereclinicamente, da aparência cutânea convencional da afecção.
Drauzio – Lembrando que o herpes comum , esse que muitas pessoas chamam de febre intestinal, em geral, aparece sob a forma de uma aglomeração de pequenas bolhas nos lábios, especialmente quando a pessoa se expõe ao sol. Essa  forma a que se refere o dr. Migliorati é mais rara, aparece também na língua e nas bochechas e  apresenta lesões planas e não em forma de bolhas.
César Augusto Migliorati – O sintoma típico dessa infecção por herpes é dor intensa que surge de uma hora para outra. Só esse quadro deve levantar a suspeita de infecção por herpes. O especialista em medicina bucal tem condição de fazer o diagnóstico específico da lesão, de identificar o vírus e de indicar a medicação antiviral adequada. 
Drauzio – Como os médicos, em geral, não têm muita experiência em examinar bocas, dificilmente um profissional não especializado, olhando uma lesão dessas, faria um diagnóstico correto.
César Augusto Migliorati – No início, quando recebíamos esses pacientes e diagnosticávamos herpes, os médicos ficavam em dúvida e queriam provas laboratoriais. Acontece que, seguindo os métodos tradicionais, ou seja, colhendo uma célula da área contaminada para fazer a cultura, demorava de seis a sete semanas para obter o resultado. Nesse período, o paciente ou estaria curado ou teria morrido por causa da infecção. Foi preciso, então, desenvolver com o pessoal do laboratório, no Sírio-Libanês, uma técnica rápida – o PCR – por meio da qual se identifica o DNA do vírus presente na lesão. Essa técnica nos permite obter em 24/48 horas o resultado positivo ou negativo, o que nos ajuda a convencer os colegas de que se trata mesmo de herpes e a prescrever o tratamento correto.
Na minha opinião, a experiência clínica demonstra que, nos pacientes imunodeprimidos, a primeira hipótese de diagnóstico a ser levantada num caso como esse deve ser sempre infecção por herpes.
Drauzio – Vamos explicar o que significa paciente imunodeprimido?
César Augusto Migliorati – O paciente imunodeprimido, por alguma razão (a quimioterapia,nesse caso) perde as defesas. Seu sistema imunológico não possui mais as células brancas que vão defendê-lo das infecções.
As figuras 11 e 12 foram tiradas de pacientes com câncer que estão fazendo quimioterapia e radioterapia na região da cabeça e do pescoço. As áreas brancas e vermelhas que tomam conta da boca inteira (o afastamento das bochechas permite enxergar as manchas existentes na língua e nas próprias bochechas) caracterizam mucosite, isto é, uma ferida na mucosa da boca que aparece como complicação do tratamento contra o câncer. Do mesmo modo que a quimioterapia e a radioterapia destroem as células malignas, destroem também as células benignas. O resultado é a formação dessas feridas na boca próprias da mucosite.
  
A figura 13 revela que o lábio inteiro está tomado por essas áreas brancas e vermelhas e transformou-se numa só ferida. Como se diz popularmente, o tecido está em carne viva. Isso dói tanto que, muitas vezes, o médico precisa diminuir a dose dos medicamentos ou mesmo suspender o tratamento o que, sem dúvida, pode afetar o prognóstico da doença. A figura 14 mostra o mesmo paciente que, apesar das lesões  em várias áreas da boca, continuou fazendo rádio e quimioterapia.
   
Drauzio – Se aparecer um câncer, você recomenda que a pessoa comece fazendo uma avaliação do estado em que se encontra sua boca?
César Augusto Migliorati – Quando se fala em câncer e em cirurgião-dentista, a primeira coisa que se pensa é que a doença está localizada na cabeça, no pescoço ou na boca, ou que a pessoa está recebendo doses maciças de radioterapia nessas regiões.
No entanto, a quimioterapia indicada para tratar de um tumor de próstata, de um linfoma ou de leucemia pode apresentar efeitos colaterais que se manifestam na boca. Por isso, é importante que os profissionais de saúde que cuidam do doente pensem juntos no tipo de tratamento que vão oferecer ao doente.
A filosofia no Hospital Sírio-Libanês é exatamente essa. Depois que o paciente recebeu a avaliação médica de diagnóstico e conversou com seu médico e com a enfermagem, ele é encaminhado para nosso serviço a fim de que possamos fazer uma avaliação bucal, recomendar os cuidados de higiene e discutir com ele que complicações poderão surgir na boca durante o tratamento e como tratar delas.
Drauzio – As lesões da estomatite, que são grandes e graves quando se manifestam num paciente com câncer, podem aparecer em proporção muito menor na boca das pessoas. São as aftas que incomodam bastante. O que você aconselharia para as pessoas que têm aftas?
César Augusto Migliorati – Até hoje ninguém sabe dizer o que causa a afta, embora ela seja um problema comum que se manifesta de diferentes maneiras. Há pessoas que desenvolvem uma única afta de tempos em tempos; outras, as desenvolvem com maior frequência. Algumas ficam com a boca e a garganta tomadas por essas ulcerações, o que prejudica a qualidade de vida e impede a escovação dos dentes e a higiene bucal adequada.
No caso de surgirem aftas, a primeira coisa a fazer é averiguar qual a história, frequência e tipo de lesão que o paciente apresenta para depois escolher o melhor tratamento. Não existe uma conduta uniforme. Se  o paciente tem aftas esporadicamente e elas não o incomodam, é provável que nem precisem de tratamento. Se forem severas e se espalharem por toda a boca, podem ser tratadas com medicamentos à base de cortisona de uso tópico (aplicados no local) ou tomados na forma de comprimidos.
Drauzio – Que medidas as pessoas devem tomar quando percebem que estão com aftas?
César Augusto Migliorati – É importante procurar a ajuda de um profissional em vez de se acostumar a viver com o problema e esperar que passe sozinho. Às vezes, uma simples pomadinha colocada no lugar em que a afta está surgindo, evita que ela se forme.
Até pouco tempo atrás, usava-se a cauterização, isto é, queimava-se a lesão com nitrato de prata, para combater as aftas. Com isso, bloqueavam-se as terminações nervosas expostas e a dor passava. No entanto, a afta é uma ulceração autolimitante, ou seja, aparece e desaparece sozinha. A cauterização é um processo muito tóxico para os tecidos e pode provocar um problema maior do que o causado pelas aftas.
Drauzio – Deixando um pouco de lado os doentes graves, quais os cuidados que as pessoas saudáveis devem tomar com a boca além da prevenir a cárie dental?
César Augusto Migliorati – Pelo que já foi exposto dá para perceber que, muitas vezes, somos obrigados a intervir drasticamente porque a pessoa não cuidou da saúde dos dentes e da boca. Não visitou o dentista regularmente de seis em seis meses, não escovou os dentes como devia, não se preocupou com a higiene da boca.
Para as pessoas que não apresentam nenhum problema bucal e dentário, a recomendação é que devem preocupar-se com a boca como se preocupam com o coração, o cérebro, os intestinos ou qualquer outra parte do corpo. Algumas medidas podem ajudar bastante: escovar os dentes, usar um creme dental com flúor, elemento que fortalece os dentes, complementar a higiene bucal com bochecho antissético, o que aumenta a proteção contra a cárie e doenças gengivais.
É importante também evitar o cigarro. Em geral, as pessoas se lembram de que o cigarro causa câncer de pulmão. Entretanto, estudos mostram que fumantes perdem os dentes muito mais cedo do que os não fumantes, porque o tabaco altera as defesas da gengiva e do osso em que se fixam os dentes. Além disso, a combinação álcool e cigarro é extremamente danosa para a saúde bucal, pois altera os tecidos da boca e favorece a ação prejudicial do tabaco.
Drauzio – E o café prejudica também os dentes?
César Augusto Migliorati – O café pode manchar os dentes, especialmente se houver restaurações com margens imperfeitas e o contato estabelecido entre elas e o dente for quebradiço. De resto, ele não causa maiores danos para a saúde da boca.

http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/medicina-bucal/

sábado, 2 de junho de 2012

Trombose Venosa e a síndrome do viajante


Trombose venosa

Ciryllo Cavalheiro Filho é médico, especialista em hemostasia, e faz parte do corpo clínico do Incor de São Paulo e do Hospital Sírio-Libanês.
Cada um de nós tem de 5 a 6 litros de sangue circulando pelo organismo. O coração bate, o sangue é impulsionado pelo sistema arterial e vai levar oxigênio para todas as células do corpo. Depois, retorna pelas veias até os pulmões onde é  oxigenado e volta para o coração que, no pulsar seguinte, o espalha pelo corpo inteiro outra vez. Se não houvesse um meio de deter os pequenos orifícios que possam surgir nas artérias e veias, o sangue jorraria por eles provocando uma hemorragia permanente, porque o coração não para de bombeá-lo.
Por que, então, quando sofremos um corte, o sangue escorre um pouquinho e para? Porque é dotado de um sistema de coagulação altamente sofisticado e possui uma série de substâncias, por exemplo, as plaquetas, que convergem para o local e formam um trombo para bloquear o sangramento. Decorrido certo tempo, esse trombo se dissolve, o vaso é recanalizado e a circulação volta ao normal.
Há pessoas que, por alguma razão, apresentam distúrbios no mecanismo de hemostasia e formam trombos (coágulos) num lugar onde não existia sangramento. Como a estrutura desses trombos é sólida e mole, um fragmento pode desprender-se e seguir o trajeto da circulação venosa que retorna aos pulmões para o sangue ser oxigenado. Nos pulmões, o trombo provoca um entupimento -  a embolia pulmonar -  uma complicação grave e uma das raras causas de morte súbita.
Tromboses venosas constituem uma doença grave que pode levar a desfechos fatais por causa das embolias pulmonares.
FREQUÊNCIA E FATORES PREDISPONENTES DA TROMBOSE
Drauzio – Embora a população não saiba, trombose é um problema mais ou menos frequente no dia a dia dos médicos. Qual é a dimensão real dessa doença?
Cyrillo Cavalheiro Fº – De maneira geral, pode-se dizer que, por ano, em cada mil pessoas, uma vai apresentar trombose. No Brasil, país de aproximadamente 170 milhões de habitantes, ocorrem por volta de 170 mil casos anuais. Em geral, as tromboses venosas se manifestam mais nos membros inferiores.
Drauzio – Quais as principais causas da trombose?
Cyrillo Cavalheiro Fº – A imobilidade é a causa principal da trombose venosa, imobilidade que pode ocorrer não só durante as internações hospitalares, mas também durante as viagens prolongadas. A reposição hormonal na menopausa, tão discutida atualmente, e o cigarro, como via indireta de formação aterosclerótica e de placas arteriotrombóticas, também facilitam o desenvolvimento de embolias pulmonares.
Drauzio – Quais as pessoas que correm maior risco de desenvolver embolia pulmonar?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Costumo dizer que as pessoas nascem com predisposição trombótica. É sabido que indivíduos com tipo A, B e AB do sistema sanguíneo ABO têm de duas a quatro vezes maior possibilidade de desenvolver trombose do que os de tipo O.
Com o passar da idade, a predisposição trombótica vai aumentando. Além disso, varizes, cigarros e pílulas anticoncepcionais são fatores que pesam no aparecimento do problema.
Drauzio – E o colesterol elevado também pesa?
Cyrillo Cavalheiro Fº – O colesterol elevado também pesa assim como influem fatores genéticos hereditários.  Sabe-se que de 70% a 80% dos casos, os fenômenos trombóticos ocorrem em pessoas da mesma família.
Drauzio – Que cuidados as pessoas devem tomar se já houve um caso de trombose em um membro da família?
Cyrillo Cavalheiro Fº – De maneira geral, quando forem submetidas a um procedimento cirúrgico ou fizerem uma viagem muito longa (quando falo em viagem, não me refiro apenas às viagens de avião, mas às de carro, de trem, de ônibus, etc.), devem proteger-se usando meias elásticas e adotando, sob orientação médica, no período pré e pós-operatório medidas de profilaxia farmacológica com o anticoagulante heparina.
SÍNDROME DA CLASSE ECONÔMICA
Drauzio -  Você poderia explicar o que é a síndrome da classe econômica?
Cyrillo Cavalheiro Fº  - Desde 1940, a síndrome da classe econômica, ou síndrome do viajante, é descrita para caracterizar pacientes acometidos de embolia pulmonar depois de uma viagem de avião. Embora não se restrinja às viagens aéreas e apenas algumas pessoas que viajam na classe econômica formem trombos, a  Organização Mundial de Saúde obriga as companhias de aviação a desenvolverem sistemas que previnam a incidência dessa patologia, porque a imobilidade a que se vê forçado o passageiro predispõe à trombose. No momento, uma empresa nacional enviou ao Incor vários equipamentos para verificar o de melhor desempenho na prevenção da trombose a fim de introduzi-lo nas aeronaves. Há um massageador, um “mexedor” de pernas parecido com uma ampulheta que o passageiro pisa alternadamente num lado e no outro, uma bomba pneumática e meias elásticas.
Vários são os fatores que interferem nesse processo de formação de trombos nas viagens de avião. Além da altitude e da baixa umidade relativa do ar, nos voos extremamente longos, muitas vezes o passageiro bebe ou toma medicamentos para dormir e acaba ficando numa posição desconfortável comprimindo as pernas contra o assento. Nixon,  presidente dos Estados Unidos, teve duas embolias pulmonares no avião da presidência.
Drauzio – Quais são suas recomendações para quem viaja muito, especialmente se tiver  histórico familiar de trombose?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Se a pessoa ou algum familiar próximo já tiveram trombose, é fundamental procurar um médico para ouvir as recomendações adequadas para o seu caso. Pessoalmente, faço uso de profilaxia medicamentosa, quando as pessoas já apresentaram um quadro de trombose.
Drauzio – Você prescreve remédios?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Para prevenir, não prescrevo. Muito se discute sobre a indicação do ácido acetilsalicílico, mas não existe prova documental de que ele seja um fator de proteção para a pessoa que vai viajar.
Embora algumas se sintam protegidas tomando aspirina antes de embarcar, o mais importante é a movimentação. O problema é que especialistas em medicina aeroespacial desaconselham andar dentro das aeronaves em virtude do perigo que representam as turbulências para o traumatismo craniano. Mesmo sentadas, porém, as pessoas podem massagear a panturrilha, pressionando-a de baixo para cima. Além disso, sob nenhum pretexto, devem ingerir bebidas alcoólicas, pois 60% dos pacientes que manifestaram essa síndrome haviam bebido. Segundo alguns estudos, o álcool é um fator predisponente, porque aumenta a diurese  e a hemoconcentração.
MEIAS ELÁSTICAS
Drauzio – Qual é a eficácia do uso de meias elásticas?
Cyrillo Cavalheiro Fº – As meias elásticas de fato protegem, mas devem ser colocadas corretamente não no aeroporto pouco antes do embarque, mas em casa, com as pernas erguidas e seu tamanho deve estar de acordo com o comprimento e o diâmetro dos membros inferiores de quem as usa. Muita gente compra meias apertadas demais ou pequenas. Infelizmente nesses dois  casos, elas não oferecem o mesmo grau de proteção.
Drauzio – De que forma as meias elásticas reduzem a incidência de trombose?
Cyrillo Cavalheiro Fº – As artérias levam o sangue que sai do coração para circular pelo corpo e as veias o trazem de volta. Nas pessoas com varizes, as veias se dilatam e comprometem o funcionamento das válvulas, que atuam como comportas empurrando o sangue para o coração. O uso de meias elásticas favorece a aproximação dessas válvulas, fazendo com que funcionem adequadamente.
SINTOMAS
Drauzio – Quais os principais sintomas da trombose venosa?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Dor, inchaço e calor na perna. Pessoas com musculatura muito avantajada, às vezes, não apresentam inchaço, mas a dor sempre aparece.
Drauzio – Que tipo de compleição física favorece o desenvolvimento da trombose?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Os gordos e obesos apresentam maior possibilidade de desenvolver trombose, pois em geral se movimentam menos e o sedentarismo é fator predisponente dessa patologia.
DOENÇAS ASSOCIADAS À TROMBOSE
Drauzio – Quais doenças estão mais associadas ao risco de trombose?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Na verdade, 15% dos fenômenos trombóticos estão relacionados com o câncer e, muitas vezes, precedem o aparecimento do tumor. Em alguns casos, o diagnóstico da doença pode até ser retardado pelo tratamento da trombose. Por isso, alertamos nossos residentes para pesquisarem câncer nos pacientes  jovens que, sem causa aparente, apresentem um quadro de formação de trombos.
Constituem, ainda, grupo de risco mulheres que tomam pílula anticoncepcional, apresentem histórico familiar da doença ou de abortos recorrentes por fatores hematológicos, pois esses episódios, às vezes, resultam de trombose nos vasos placentários. A eclâmpsia, isto é, o aumento da pressão arterial durante a gravidez, também se correlaciona com a incidência de trombose.
Drauzio – Diante dos sintomas da trombose, que medidas devem ser tomadas?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Deve-se procurar o médico imediatamente para fazer um diagnóstico precoce e evitar a embolia pulmonar. Muitas vezes, o inchaço na perna é atribuído a uma distensão muscular, tendinite ou a uma batida, o que mascara o quadro. Nesses casos, infelizmente, quando a súbita falta de ar se manifesta, pode ser tarde demais.
Drauzio – Muitas vezes, os próprios médicos menosprezam os sintomas e recomendam um anti-inflamatório, não é mesmo?
Cyrillo Cavalheiro Fº – É muito importante que médico e paciente tenham noção do risco que correm. O médico precisa ser avisado dos casos de trombose na família ou de abortos de recorrência sempre que houver a possibilidade de um procedimento cirúrgico ou mesmo clínico, como uma pneumonia. Esse é um dado que muitos médicos se esquecem de perguntar ao levantar o histórico do paciente.
É importante ressaltar que não se sabe qual a razão, mas o fator V de Leyden, alteração genética muito prevalente na nossa população, provoca trombose não só nas pernas, mas no fígado, no cérebro e nas coronárias.
RISCO ASSOCIADO ÀS CIRURGIAS
Drauzio – Por que as cirurgias, especialmente as ortopédicas e as cardíacas, aumentam o risco de trombose?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Sem considerar o tipo sanguíneo e os predisponentes genéticos ou adquiridos, é a imobilidade pós-operatória a grande responsável pelos casos de trombose. Além disso, como o cirurgião pode ser obrigado a manusear muito próximo dos vasos e a colocar afastadores cirúrgicos que comprimam determinada veia, o risco de contrair a doença aumenta.
Pacientes com traumas medulares, que necessitam ficar meses ou o resto da vida acamados, devem fazer profilaxia não só farmacológica, mas também mecânica.
EMBOLIA PULMONAR
Drauzio – Como uma pessoa pode perceber que está tendo uma embolia pulmonar?
Cyrillo Cavalheiro Fº – O principal sintoma é a súbita falta de ar, muitas vezes acompanhada de tosse, sem explicação cabível. É o caso do indivíduo que foi operado de apendicite e dez dias depois, tomando café em casa, cai morto. Vão achar que foi infarto. Não foi, foi embolia pulmonar.
Drauzio – Nunca me esqueço de um caso ocorrido há mais ou menos 20 anos com um paciente meu que  tinha um tumor grande de estômago. Fez quimioterapia, o tumor reduziu e ele foi operado com sucesso. No dia em que teve alta, desceu sentado numa cadeira de rodas até a porta do hospital. Quando ficou em pé para entrar no carro do filho, caiu morto por causa de uma embolia pulmonar.
Cyrillo Cavalheiro Fº – É trágico um caso desses. Os cirurgiões têm medo de hemorragias; eu, das embolias porque hemorragia a gente trata e embolia mata. Na verdade, não se sabe ao certo por quanto tempo deve ser mantida a profilaxia após procedimento cirúrgico ou clínico para prevenir uma trombose depois da alta hospitalar ou garantir a recuperação total do paciente.
TRATAMENTO PREVENTIVO
Drauzio – Como é feito o tratamento preventivo?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Geralmente, é preciso avaliar os riscos hemorrágicos e trombóticos que o paciente corre. Não se pode prescrever um medicamento que vá afinar seu sangue a tal ponto que provoque uma hemorragia. Entretanto, se teve uma trombose anterior bastante extensa, o tratamento deve ser severo e agressivo no período de internação. Recomenda-se também o uso de meias elásticas e de massageadores pneumáticos intermitentes, que estimulam as bombas venosas dos pés ou da batata das pernas durante o período em que estiver acamado.
Drauzio – Isso é feito antes da operação?
Cyrillo Cavalheiro Fº – É feito antes e depois da cirurgia. Existe um estudo publicado em 2002 que mostra a igual eficácia da profilaxia aplicada 2h antes e 8h depois da cirurgia. Pessoalmente, prefiro adotar essas medidas depois da cirurgia.
Drauzio – Por quanto tempo esse tratamento deve ser mantido?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Na minha opinião, a profilaxia deve ser mantida até 15 dias após a recuperação total do paciente. Nos casos de lesão medular, mantenho-a por três meses.
Drauzio – E quando a trombose já se instalou, qual é o procedimento?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Nesses casos, são três os objetivos: não deixar que a trombose vire um coágulo e se dirija para os pulmões provocando uma embolia pulmonar; impedir que outra trombose se forme em outra parte do corpo, pois o sistema de coagulação naquele momento está comprometido e, por fim, não deixar que o trombo aumente.
Drauzio – Nesses casos, qual é o tratamento indicado?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Trata-se sempre com heparina, por via endovenosa ou subcutânea. Há dois tipos de heparina: a clássica e a de baixo peso molecular, mais utilizada hoje em dia, porque não apresenta as intercorrências  da clássica que pode provocar osteoporose e queda de plaquetas.
Drauzio – Depois da fase com heparina de baixo peso molecular, pode-se usar a heparina clássica?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Isso depende do paciente. Se existe um fator hematológico e ele já apresentou um quadro de trombose, o tratamento é perene. A heparina clássica pode ser indicada se o paciente apresentou melhora clínica depois de 6 meses a um ano da primeira trombose, ou toda a vez que for submetido a um fator de risco.
Drauzio – O que você recomenda para as pessoas que já tiveram trombose venosa?
Cyrillo Cavalheiro Fº – Na suspeita de qualquer sintoma, as pessoas que já tiveram trombose venosa devem entrar imediatamente em contato com seu médico. Fora isso, podem levar vida absolutamente normal. Devem adotar uma dieta  balanceada, beber com muita parcimônia e moderação e praticar exercícios físicos com regularidade. Fumar é sempre contraindicado quaisquer que sejam as circunstâncias.

http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/trombose-venosa-2/

domingo, 27 de maio de 2012


Gordura no fígado atinge 20% dos brasileiros






Um levantamento recente da SBH, Sociedade Brasileira de Hepatologia, revelou que cerca de 20% da população brasileira tem gordura excessiva no fígado.
O problema, conhecido como osteatose hepática, já é uma das principais causas de cirrose no país. De acordo com o gastroenterologista e presidente da SBH, Raymundo Paraná Filho, a doença não apresenta sintomas. Ele explica que hábitos saudáveis podem prevenir o problema.
– É uma situação da atualidade. Nós temos hoje uma população cada vez mais sedentária, a população que ingere fast-food; a comida mais simples, mais rápida, mais calórica; ingere muito açúcar e não queima nada porque é uma população que trabalha na frente do computador. Inclusive as crianças. Portanto, sedentarismo, maus hábitos alimentares e carga genética determinam a evolução para essa doença.
O gastroenterologista afirma que, em alguns casos, só o transplante resolve. Ele alerta para o tratamento correto da doença.
– E tratando a osteatose hepática nós estaríamos tratando a síndrome metabólica e, portanto, reduzindo o risco de diabetes e doenças coronarianas no futuro. O tratamento é comportamental, inicialmente. É uma dieta rica em fibras, pobre em gorduras e açúcar. E a outra situação é a atividade física. Exercício físico é fundamental.
O gastroenterologista e presidente da SBH, Raymundo Paraná Filho, explica que a gordura acumulada no fígado vem essencialmente da alimentação. Carne vermelha, salgadinhos, frituras e biscoitos recheados são alguns itens que devem ser evitados.

Fonte: http://correiodobrasil.com.br

Belas Iniciativas.

        É bom ver que a comunidade petropolitana esta cada vez mais participativa.
        Já tivemos algumas demostrações  dessa participação durante o mês e isso é muito importante.
Dia 19/05 tivemos a caminhada contra a pedofilia e no último sábado foi a vez da caminha preventiva para doenças crônicas do intestino.
        Parabéns aos organizadores destes eventos. E que tenhamos mais iniciativas como estas.

 






Fonte: Facebook    Dr. João Tobias

A importância dos movimentos - caminhada

 A cinesiologia pode ser considerada uma das principais formas pelas quais se pode entender as forças que atuam sobre o corpo. A cinesiologia é a ciência que estuda os movimentos humanos. E segundo Mendes (2004) através dela podemos tornar
nossa vida melhor, compreendendo do que ocorre com nosso corpo quando nos movimentamos. O Homem moderno é sedentário, pouco utiliza ou sabe do seu próprio corpo. Vivem em um mundo automatizado e com muito conforto. Toda essa tecnologia substitui o árduo trabalho dos nosso músculos. Um exemplo muito comum em nossas vidas é o controle remoto. Quem hoje compraria uma televisão sem ele? É muito mais cômodo usá-lo do que ter que levantar da poltrona para mudar de canal. Outro exemplo é o uso do elevador; quem deixaria de utilizá-lo para subir as escadas? Pois é, com o avanço da tecnologia estamos cada vez mais nos movimentando menos. O fato de nos movimentarmos pouco faz com que percamos gradativamente a amplitude, força e harmonia nos nossos movimentos. Nosso sistema muscular começa a atrofiar e nossos músculos enfraquecem. Isso explica a dificuldade de se realizar atividades simples como subir poucos degraus, arrumar a cama, apoiar-se apenas numa perna e até caminhar algumas centenas de metros.
Para quem não faz nenhuma atividade física e deseja começar, a caminhada, com certeza, é a "modalidade" com o maior número de qualidades. Para Moraes (2001) todos aprendem a caminhar muito cedo na vida, por isso somos biomecanicamente mais eficientes durante a caminhada do que durante qualquer outra atividade física. Isso quer dizer que todas as pessoas que não apresentam nenhuma limitação física podem caminhar e o custo desta atividade é muito baixo e, também pode ser realizada em qualquer lugar. A caminhada possui os mesmos benefícios da corrida, do ciclismo e da natação, se tratando de efeitos aeróbicos é considerada a prática mais segura de exercícios aeróbicos.
Do ponto de vista cardiovascular e ortopédico, apresenta maior índice de aderência em exercícios para prevenção de problemas e promoção da saúde e ainda fortalece os membros inferiores, braços e tronco (se houver movimento de braços durante a caminhada) (Lima, 2000). Portanto, não podemos esquecer de nos exercitar, devemos utilizar o tempo em que estamos trabalhando e dormindo para a prática de atividades. A caminada é um bom caminho, pode nos ajudar a manter a forma física e mental e evitar que fiquemos sedentários.
Referências Bibliográficas: Lima, D. F. Vantagens da Caminhada Site: www.cdof.com.br acessado em 28-04-2007. Mendes, A. M. Cinesiologia - A importância dos movimentos site: www.abcdocorposalutar.com.br acessado em 28-04-2007.Moraes, R.S. Caminhada site: www.abcdocorposalutar.com.br acessado em 28-04-2007. Acadêmica Ana Paula Dal Magro Disciplina de Cinesiologia Professor Aluísio Menin Mendes UNICS - Palmas - Paraná

Saiba reconhecer os sintomas da dengue

'SINAIS DE ALERTA' INDICAM SE INFECÇÃO PODE SER GRAVE OU MAIS MODERADA.
DOENÇA REQUER HIDRATAÇÃO CONSTANTE E BOM SENSO NO USO DO PARACETAMOL.

Diagnosticar a dengue com rapidez é uma das chaves para combater a doença com maior eficácia. O primeiro passo para isso é conhecer como a infecção se manifesta. Se os sintomas forem reconhecidos, é fundamental procurar um médico o mais rápido possível. Em geral, a doença tem evolução rápida e benigna: saber antes pode fazer a diferença entre a ocorrência de um mal menor e consequências mais graves, principalmente no caso de crianças.

Existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4. “Causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes”, explica o consultor de dengue da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ivo Castelo Branco.

“70% a 90% das pessoas que pegam a dengue pela primeira vez não têm nenhum sintoma”, observa o consultor. Nos casos mais graves, a doença pode ser hemorrágica ou fulminante. “No caso das fulminantes, a pessoa tem uma reação tão intensa que pode destruir o cérebro, o coração e levar à morte."
Para identificar a gravidade da doença, Ivo destaca os chamados "sinais de alerta" da doença, que são: dor intensa na barriga, sinais de desmaio, náusea que impede a pessoa de se hidratar pela boca, falta de ar, tosse seca, fezes pretas e sangramento.
“As pessoas acham que dengue só é grave quando tem sangramento. A dor na barriga é tão importante quanto o sangramento, e os pacientes não valorizam isso”, explica.
Diagnóstico precoce
De acordo com a infectologista Patrícia Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é essencial fazer tanto um diagnóstico clínico – que avalia os sintomas – como o exame laboratorial de sorologia, que verifica a contagem de hematócritos e plaquetas no sangue. A infectologista afirma que a contagem de hematócritos acima do normal e de plaquetas abaixo de 50 mil por milímetro cúbico de sangue pode ser um indício de dengue.
“O exame de sangue sozinho não determina se o paciente está com dengue ou não. É preciso diagnosticar também os sintomas. Esses dois fatores vão determinar as condições do paciente e ver se ele precisa ou não de internação. De qualquer maneira, o tratamento deve começar imediatamente”, destaca a infectologista.
Período crítico
O consultor da OMS observa que o período crítico da doença é quando a febre do paciente diminui. “Se a febre passar e o paciente tiver muita dor na barriga, ele está num estado grave mesmo sem sangramento”. Para Ivo, esse é um grande problema no atendimento primário nos hospitais porque geralmente as pessoas com febre são atendidas prioritariamente. “Tem que definir uma estratégia no atendimento porque o correto é dar prioridade aos pacientes sem febre”, defende.
A infectologista diz que, ao passar a febre, a pessoa pensa que está curada, mas pode apresentar queda brusca de pressão, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo. O número de plaquetas ainda continua baixo e, por isso, é preciso continuar o tratamento.
“O monitoramento clínico e laboratorial tem de ser constante, principalmente 72 horas após o período de febre. A complicação maior acontece no quinto dia da doença. O paciente tem de fazer pelo menos três exames de sangue, no início da dengue, depois da febre e uma terceira vez para ver se as plaquetas já voltaram ao normal."
Tratamento
Entende-se como parte do tratamento a hidratação do paciente. A dengue é uma doença que faz a pessoa perder muito líquido. Por isso, é preciso beber muita água, suco, água de coco ou isotônicos. Bebidas alcoólicas, diuréticas ou gaseificadas, como refrigerantes, devem ser evitadas.
Não existe um medicamento específico para a doença. Os sintomas são medicados para alívio das dores. “Se o paciente tiver dor, vai tomar remédio para dor. Se tiver náusea, remédio para náusea”, explica o consultor da OMS. O especialista alerta ainda para o uso de medicamentos antiinflamatórios, a base de ácido acetil-salicílico e fitoterápicos. “Alteram a coagulação e aumentam o risco de sangramento”, conclui.
Repelentes e mosquiteiros
A dengue, como ressalta a médica Patrícia, não escolhe vítima. Repelentes, mosquiteiros sobre as camas e roupas mais fechadas são recomendados a todos. Mas é preciso estar atento. “Os repelentes que existem no Brasil duram no máximo 3 horas, por isso, é preciso repassá-lo no corpo sempre que possível. Quanto menos áreas do corpo estiverem expostas, mais a pessoa estará protegida”, disse.
Para Ivo, a responsabilidade da prevenção é tanto da população como dos governantes. “Se 1% dos domicílios de determinada região tiverem foco do mosquito, já pode ter epidemia”, calcula. “Os governantes tem que orientar cada região de maneira diferente. Eu não posso combater o mosquito em Porto Alegre como eu faço no Espírito Santo ou no Ceará”.
“É normal acontecer isso no começo do ano, não é novidade”, diz o consultor. “Só não pode tomar providências apenas quando aparecer a epidemia, tem que ter uma continuidade para controlar o mosquito”, defende.
Ele acrescenta que o primeiro passo para o combate é a mudança de mentalidade das pessoas. “Se você encontrar uma barata ou um rato na tua casa, espera pelo governo para combater? Não. Então, quando as pessoas tiverem essa percepção com a dengue, vamos conseguir controlá-la”, finaliza.

Fonte: http://www.blogsoenfermagem.blogspot.com.br/2011/02/saiba-reconhecer-os-sintomas-da-dengue.html

Gemeo parasita fetus in fetu

Esta anomalia poderia ser dizer que é um exacerbo do caso dos gêmeos xipófagos (siameses). Neste caso, é considerada uma anomalia “fetus in fetu“, quando um gêmeo malformado é encontrado dentro do corpo de um gêmeo hospedeiro, seja uma criança ou um adulto vivo.
Isso mesmo, os gêmeos não chegam a se separar completamente quando são zigotos e ficam unidos por alguma região do corpo. Um destes gêmeos cresce, se desenvolve “normalmente”, enquanto o outro se atrofia e se aloja no interior do gêmeo sadio e passa a depender completamente dele.
De acordo com a literatura especializada, quando o feto hospedeiro consegue sobreviver ao parto, este fica com uma protuberância, como se fosse um inchaço na região onde está feto parasita. Cerca de 80% dos casos ocorrem com o parasita alojado na região abdominal. Quando nasce uma criança (ou um adulto passa por exames específicos), podem ser escontradas no abdomen massas contendo ossos, cartilagem, dentes, tecido do sistema nervoso central, gordura e músculo denominadas ‘teratomas’. Mas só serão consideradas como fetus in fetu caso haja um tronco e membros reconhecidos.
Embora seja difícil saber a taxa exata de incidência, já que os casos podem passar despercebidos durante longos períodos, acredita-se que o fetus in fetu ocorre a cada grupo de 500 mil nascimentos, e muitas vezes passam desapercebidos sem serem diagnosticados.














Fonte: http://www.blogsoenfermagem.blogspot.com.br/

Lei seca.Continuará sendo respeitada?